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de: Baião Modesto
O autor, neste sexto livro de poesia que publica, escreve na badana da contracapa, em jeito de arte poética, o seguinte:
Quando é que vou ter
a meia-noite da noite
do pé em fuga da sala...
e calçar-te, Poesia, o sapato
depois!
Entramos, assim, no mundo da Fantasia, e com letra maiúscula; porque desta Fantasia sai uma “realidade” que anda escondida, descalça, esperando que lhe tragam o sapato perdido algures. É esta a função do Poeta, encontrar, na mais inesperada situação, a mais inesperada realização poética, e cumprir-se. O resto é com a Língua, neste caso a Língua Portuguesa. Saber arrancar das palavras o significado que ainda não lhes foi dado, sob o apoio dum significante musicalmente “prenhe”...
Por isso o Poeta diz:
O rasgão do verso tira
as cataratas dos olhos.
E presta homenagem à Língua Portuguesa (que tão mal tratada anda!)
Começar por esse Janeiro longe,
ignorando o teu colo no Lácio...
a dificuldade agora surge
da memória - o tempo viático!
Vai imbricando-se o vocabulário...
entrincheiram-se os morfemas
na Língua, o que é extraordinário
Amor. Pai, avó, avô, filhas, mãe, irmã e mais.
Herdámos-te a Sede e a Ânsia
com as Raízes saindo da Terra,
em várias formas; variando-se as aves
onde a Memória ganhou importância.
Prende-nos o Mar que aí se requebra,
porque Dizer Saudade soa a Alarme!
ISBN | 9789898986382 |
Chancela editorial | Edições Vírgula ® |
Data de publicação | 15/01/2021 |
Idioma | Português |
Formato (fechado) | A5 (148 x 210 mm) |
Tipo de encadernação | Capa mole (brochado) com badanas |
N.º de páginas | 84 |
Ilustrações | M. Adelaide Silva (capa) |
Grafismo da capa | Ângela Espinha |
Paginação gráfica | Paulo Resende |
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