José Solá nasceu na cidade de Lisboa, no dia 25 de Julho, no ano de 1940, já em plena Segunda Guerra Mundial.
Pelo lado paterno, filho ilegítimo de uma velha e tradicional família de comerciantes lisboetas; o pai, à época industrial muito bem sucedido nos seus múltiplos negócios, que abrangiam áreas e interesses diversos, agente artístico, industrial de Construção Civil, de lanifícios e confecções, entre outros, notabilizou-se como inventor de artigos comerciais.
Pelo lado materno, filho de uma família algarvia, gente dedicada às artes do mar, gente sofrida por uma existência atormentada pela constante fominha que flagelava a esmagadora maioria do povo português.
Seu avô materno, um velho marinheiro dos quatro costados, passou parte significativa do conflito mundial ao serviço das companhias de navios britânicos que abasteciam o Reino Unido a partir dos Estados Unidos da América do Norte. Foi torpedeado por diversas vezes. Recorda-se de um naufrágio relativamente perto do arquipélago dos Açores, em que o avô, ao ver uma passageira na água, agarrada a uma bóia, segurando uma criança, lembrou-se da mulher e dos filhos, e cedeu-lhe o lugar que ocupava no bote de salvação destinado aos tripulantes. Com a vitória dos aliados, seu avô foi agraciado pelo soberano inglês com uma carta de agradecimento e de recomendação, o que lhe valeu o convite, (por parte do Governo dos Estados Unidos), para integrar a Marinha de Guerra Americana com o posto de Contra Almirante, convite que rejeitou; faleceu muitos anos depois, a trabalhar como operário naval nas instalações de reparação de navios da Companhia Nacional de Navegação.
Pelo exemplo de vida, e pelo seu heroísmo, este avô foi a figura que mais contribuiu para a formação do seu carácter. Solá viveu as aventuras que o velho lobo-do-mar lhe contava ao serão; assim a escrita foi tomando corpo, germinou e cresceu no seu íntimo. Enquanto autor de despretensiosos projectos literários, ele sonhou aventuras a que deu corpo e vida no papel.
José Solá teve uma infância extremamente atribulada, difícil, e porque não dizê-lo, até tenebrosa, com as duas famílias a disputarem-no como sua exclusiva pertença; em consequência só aos onze anos frequentou a escola. Foi considerado o melhor aluno do colégio que frequentou. Com a descoberta da leitura, (leu muitos autores nacionais e estrangeiros durante uma vida), descobriu o prazer do conhecimento e a embriagues complexa da escrita. Aos catorze anos procurou uma editora com um original de aventuras, influenciado pelos romances de Júlio Verne.
Apenas uma alta miopia, consequência de maus tratos em criança, o impediu de escrever de forma continuada, enquanto ganhava a vida exercendo muitos e variados tipos de actividades; foi operário da Construção Naval, da Construção Civil, de Serralharia e de Carpintaria, entre outras. Terminou como técnico de Construção Civil, onde desempenhou funções de chefia. Colaborou em jornais lisboetas, nomeadamente o Diário de Lisboa, e o jornal da Fundação Ricardo Espírito Santo. Escreveu e publicou contos, fez entrevista, e artigos de opinião.
Aos setenta anos, após a reforma, influenciado por familiares e amigos da velha guarda, e porque o sentido pleno da vida é permanecer até ao fim activo e útil, decide retornar à escrita.
Actualmente tem concluído quatro livros, As Agruras do Mal, romance, dois volumes de contos, intitulados Contos Polémicos, (o romance e o primeiro volume de contos, foram apresentados a publico na sua página na internet), e publicou em livro o romance Ganância. Tem cerca de cem crónicas publicadas no blogue dos autores do Sitio do Livro, que tenciona publicar em livro, em breve, e em elaboração já adiantada o romance A Menina dos Olhos Tristes, e em preparação, ainda que incipiente, o livro de ficção científica, intitulado Créditos de Vida.