Onde a Cegonha Poisou
Contos Autobiográficos do “meu Manuel”
de: Manuel Luís Rodrigues Sousa
Sinopse
O desenvolvimento da obra, de teor autobiográfico, como o próprio subtítulo sugere, tem como palco privilegiado o nordeste transmontano, particularmente a aldeia de Folgares, freguesia de Freixiel, concelho de Vila Flor, distrito de Bragança, onde nasceu o autor - daí deriva o título ONDE A CEGONHA POISOU.
Ao expor a sua biografia em forma de contos, faz, ao mesmo tempo, o retrato tão completo quanto possível dos aspectos, social, político, económico, cultural e religioso daquele recanto transmontano, dos anos cinquenta, sessenta e setenta do século passado, entre outras curiosidades, ao divulgar, de forma bem vincada, os usos e costumes dos moradores da aldeia e arredores, incluindo os vocábulos, assinalados nos textos em itálico e entre aspas, utilizados na comunicação entre os locais no seu quotidiano. Um glossário anexo a esta obra descodifica aquela linguagem.
O êxodo que levou as populações do interior a deslocarem-se para os grandes centros urbanos do litoral do país foi um fenómeno que também arrastou o autor a engrossar essa vaga migratória, a partir dos anos setenta do século passado.
Isso leva-o a exteriorizar, ao longo da sua escrita, sentimentos afectivos em relação à terra, à família, aos pais em especial, - a quem dedica o subtítulo deste livro, “Contos Autobiográficos do "meu Manuel"- e às gentes que o viram nascer e crescer.
Não perde a oportunidade de se referir a elas pelos seus próprios nomes, como figuras intervenientes no enredo dos seus contos, apresentando mesmo um inventário de todos os núcleos familiares, dispostos em quadros, a viverem na aldeia quando ele nasceu. Essa sublimação está bem patente no enlevo com que ele, estando ausente, escreve sobre essas suas raízes, também exaltadas, aqui e ali, em poemas, e até em desenhos.
Em suma, toda a obra se resume como que a uma radiografia que o autor fez questão de evidenciar do país rural de então, hoje votado à desertificação e abandono.