Antes de se acumular o pó
de: Baião Modesto
Sinopse
Neste terceiro livro do autor, há uma paráfrase da Poesia Portuguesa, desde a Idade Média à Contemporaneidade. Se outro não houvesse, bastariam esses dois tópicos para a leitura dos poemas em Antes de se acumular o pó.
Há momentos de inspiração, como o que se segue :
Por aí vão os campos,
por a Leonor descalça.
E em alguma ribeira
que para o Tejo corria,
Leonor não se preocupava
com a proximidade do cervo.
Esperava que pela alba
estivesse segura a meteorologia.
e que dizer, neste outro poema, do antropomorfismo que remete para as antigas “barcarolas”?
Ondas
na praia, para se refazerem,
nem hipótese põem de
desaparecer o mar.
e depois romper com o “romantismo”, com o que é “romântico”:
Dizer que és a “minha estrela”,
não chega…
as estrelas até já podem ser poeira.
Não para que o romântico
nisso se reveja.
Como dizia F. Pessoa : “Todas as cartas de amor são ridículas, mas ridículo é…”