Peço ao vento que acelere o grito
Poemas
de: António A. Moreira Carneiro
Sinopse
Estes são alguns dos poemas que vão aparecendo entre livros que habitam estantes dispersas cá pela casa, que, na maior parte, não passam de depósito de papel velho; outros vão surgindo à medida que se vasculham gavetas, e se revisitam livros lidos na juventude.
Tal como aconteceu nos meus livros que desde há uns tempos venho editando, não tive a pretensão de ordenamento - os poemas foram sendo passados para livro praticamente como vieram à mão - e, pelo meio, fui introduzindo alguns escritos recentemente. Também estes não respeitam cânones ou limites.
Sempre me deparei com uma necessidade premente de escrever poesia que, até certo ponto, funciona como uma terapia! Mas nunca senti grande motivação para partilhar os meus textos, e muito menos para os editar. Contudo, ou porque me sinto mais tolerante comigo próprio ou porque me acho já demasiado velho, venho, finalmente, descobrindo um certo prazer em partilhá-los com as pessoas, porque - facto curioso - não é apenas de mim que pretendo falar nos meus poemas, mas também, e ao mesmo tempo, da gente que me lê.
Os meus livros anteriores têm sido bem recebidos, o que me deixa satisfeito e grato. Parece-me que as pessoas aceitam a minha intenção de atirar os poemas para os livros sem qualquer preocupação de ordenamento (quer em relação aos temas, quer em relação à cronologia) de modo que se possam ler de trás para a frente e da frente para trás. Importa-me que se abra o livro numa qualquer página e se sinta o prazer da leitura sem ter de se relacionar o poema com o anterior ou com o que lhe sucede.
É assim que quero que as pessoas desfrutem do prazer da leitura destes poemas - enquanto os vão sentindo a moverem-se como que num movimento pendular entre o real e a utopia.