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Muito já se escreveu, e, porventura se escreverá, sobre as terras de África, mas procuro nestas linhas descrever algumas vivências familiares, não por entender que algo de relevo e de interesse haja nelas, porque, como a minha, houve centenas ou mesmo milhares de outras famílias, que por lá viveram e à Terra se dedicaram de tal forma, que se torna impossível esquecê-las. Tento também ser o mais claro possível, usando uma linguagem corrente e acessível, a todos os níveis culturais.
Os episódios aqui narrados, são, contudo verídicos, mas procuro descrevê-los de uma forma romanceada e trabalhada de modo a que não pareçam factos meramente jornalísticos, com o tratamento normal de uma mera notícia.
Começo assim por dizer que, por lá, os nossos horizontes não tinham fim nem limites. As perspectivas de futuro, sustentadas pelo regime político de então, eram invulgares, mas limitadas se pretendêssemos contrariá-lo, num ou noutro aspecto. Mesmo assim, nada nos impediu no caminho do progresso ao ponto de transformar aquelas terras em países modernos e ricos, onde havia lugar para todos (e ainda há, desde que não falte boa vontade) e de todas as raças sem excepção. Só os entendidos e verdadeiros conhecedores, podem atestar a diferença entre a convivência entre raças diferentes que sempre houve, comparando as antigas colónias portuguesas às de outros países europeus, que, como nós, por lá andaram durante séculos.
É por isso, que quero aqui homenagear todos aqueles que escolheram o caminho da paz, da amizade e boa convivência, na igualdade de oportunidades com os naturais, e que por essa causa, muitos deram a própria vida. Outros, sentiram por parte do regime de então, alguma marginalização, classificando-os como Portugueses, brancos de 2ª classe (ou brancos - negros). É verdade também, que muitos erros e injustiças se cometeram, e as vítimas eram quase sempre as mesmas, mas não foi a nossa geração que as cometeu, e contudo, foi ela quem “pagou as favas”.
É também a esses, a essa “Geração Rejeitada”, que eu dedico estas linhas, mas cujos nomes das personagens aqui descritas, (por respeito para com eles, principalmente por aqueles que já não vivem entre nós) nem todos poderiam ser os verdadeiros. Outros são, mas só os próprios o saberão, se ainda forem vivos, e puderem, ou quiserem ler estas linhas.
ISBN | 9789898821010 |
Data de publicação | 31/07/2015 |
Idioma | Português |
Formato (fechado) | A5 (148 x 210 mm) |
Tipo de encadernação | Capa mole (brochado) |
N.º de páginas | 596 |
Grafismo da capa | Patrícia Andrade |
Paginação gráfica | Sítio do Livro |
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